terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Adultério

No meu primeiro texto prometi não escrever sobre sentimentos. Um dos motivos é o medo de me prender aos clichês. Afinal, o amor é o tema mais abordado entre os poetas e nada que eu escreva aqui será diferente ou inovador. É impossível escrever sobre esse sentimento e não ser taxado minimamente de 'brega'. O amor é 'brega'. Quem pode fugir disso? Eu não posso.

Acho que só poderia escrever bem sobre amor se pudesse morrer por ele. Os suicidas (pra não falar dos canalhas e dos bêbados) sempre escreveram melhor sobre isso. Até chego a me arriscar dizer que o homem inventor do amor (sim, foi o homem, uma mulher só ama a si mesma) era um suicida. Digo ainda mais: era suicida por amar uma mulher e não ser correspondido. O amor é inerente ao sexo masculino. A prova disso é que o homem ama e a mulher não. Quando o homem ama sente uma dor enorme por não ser correspondido e vai atrás da mulher amada para que ela também o ame. Mas esse sentimento tão sublime não é naturalmente presente na mulher. É preciso um esforço enorme, quase sobre-humano, para que o homem finalmente conquiste a mulher (no meu caso, esse esforço durou 6 meses. Isso mesmo, pasme. 6 meses).

Entretanto, a mulher tem a capacidade de amar com mais intensidade. Isso se deve ao fato de as mulheres serem vazias, ou seja, quando elas descobrem todas as qualidades do amor sobra bastante espaço para amar. Já o homem, por ter seu coração cheio, ama e desama com mais facilidade. Por isso, ele trai. Dai vem o ditado: o homem trai, a mulher se vinga. Se vinga, mas continua amando (você pode escolher se isso é uma qualidade ou um defeito). Nessa instância, o amor do homem é tão valioso quanto o da mulher. Eles se equivalem. O que não pode ser negado é que apenas poucas pessoas realmente chegam a um amor verdadeiramente forte. Um amor que ultrapassa o amor-primeiro (aquele inventado pelo suicida). Nesse patamar, não existe traição. Não existe porque o amor se torna completamente livre e a liberdade aprisiona mais do que você jamais imaginará, a não ser que ame como eu amo. Sim, eu amo. Em algum momento você duvidou disso?

O canalha é nada mais que um amante, um provedor do amor genuíno. É mais um homem que não passou do amor-primeiro. Não tem a capacidade de amar profundamente e espalha seu amor entre todas que puder. Seu amor por uma mulher é único, mas é natural que essa mulher não seja seu único amor. Só quem superou o amor-primeiro pode ser amante e enamorado de uma mesma mulher. Assim, me traindo e falando de amor, finalizo aqui esse texto para não continuar sendo o blogueiro adultero que acabei de me tornar escrevendo esse texto.

2 comentários:

Luciane Rodrigues. disse...

Se ligue... como é que tu escreve que mulher nao ama me conhcendo tão bem?
=~
mulher ama muito mais do que o homem e digo mais, os homens so amam a parte da conquista, depois desamam, as mulheres amam ser conquistadas e quando o são, amam ainda mais. é a lei da vida. apesar de sempre amar alguem diferente, voce sabe disse. eu digo que na verdade esse amor é o reflexo dos amores que os homens sao incapazes de sentir, ou que so sentem uma unica vez. depois de perceberem que a conquista, a caça se torna um pouco mais dificl ao decorrer do tempo e que cansa ter que caçar toda vida pra comer. ai eles ficam comendo uma vitima so até cansarem de novo. Tola, quando ele enjuar... ele vai procurar outra! UHAUHUAHAHAHUAH. TENHO DITO

Wânyffer Monteiro disse...

Lendo o último parágrafo me encontrei um mulher-canalha.
Bem-aventurado seja você que ama, pequeno gafanhoto.
E quanto ao texto... você devia ser jornalista, ou, ao menos, cronista.